sábado, 24 de abril de 2010

Impacto ambiental,meio ambiente e consumo causados pelo lixo

A relação entre o ambiente e consumo é simples de ser feita, pois para produzir qualquer produto é necessário insumo, na maioria dos casos, de recursos naturais (extraídos da natureza), portanto quanto maior o consumo maior são os problemas causados, principalmente numa sociedade como a brasileira, consumista e não eficiente.
Uma das conseqüências imediatas da ineficiência do consumo refere-se à mudança climática, que é um tema mais que atual, é urgente, precisa entrar na pauta de todas as discussões, desde as grandes discussões políticas até aquelas dos jantares de família, isso por que: já estamos vivendo sob um novo modelo de clima, que por sinal não conhecemos. Vemos e percebemos seca nos rios, chuvas torrenciais em época de seca, ventos em época de bonança, furacões em excesso, tempestades tropicais, isso já é um novo tempo; não é o apocalipse, mas está próximo senão tomarmos providências urgentes. Essas não são informações só de outros países, no Brasil já tivemos um furacão em Santa Catarina que arrasou Araranguá; temos solução? Sim, mas temos que mudar o nosso estilo de vida.
Não é possível continuarmos com um modelo de sociedade baseado: no consumo, na exclusão social, nos impactos ambientais irreversíveis, nas práticas agrícolas inadequadas, no uso de sementes transgênicas, no desmatamento para a produção agrícola e de gado, no uso de combustíveis fósseis, no uso da hidreletricidade sem controle, no uso ineficiente do transporte.
A ineficiência da produção e do consumo leva ao desequilíbrio da natureza. Tomemos como exemplo a quantidade e qualidade do lixo que produzimos. Recursos naturais utilizado em excesso, excesso de lixo devido ao baixo re-aproveitamento, destinação inadequada do lixo, e dessa forma produzimos uma desorganização no sistema com conseqüências graves: chorume, emissão de metano, de CO2 e de gases tóxicos, problemas sociais associados aos catadores. Se analisarmos a questão do lixo através de leis científicas (nada se cria, nada se perde e tudo se transforma) vamos perceber que as modificações na natureza serão cada vez maiores e mais impactantes: o chorume é extremamente tóxico e contamina os cursos hídricos (lençol freático, rios, igarapés); a emissão de gases tóxicos produz má qualidade do ar e problemas respiratórios naqueles que inspiram; a emissão de CO2 e de metano tornam mais agudo o efeito estufa; a situação daqueles que sobrevivem nos arredores e dos lixões são precárias, tanto que tange as condições de trabalho, de higiene, de saúde, de lazer.
Uma parte da solução pode começar por nós, na nossa casa, no nosso trabalho, enfim, na nossa vida, por exemplo, usando o princípio RRR que representa REDUZIR, RE-UTILIZAR e RECICLAR que serve como referência para a intervenção na mudança da nossa vida, hoje e no futuro.
Para finalizar, há um importante livro (O Novo Imperialismo de David Harvey, Ed. Loyola) que dá indícios de alguns porquês da questão ambiental, no qual essa está vinculada às questões econômicas, géo-políticas e muito longe dos quesitos sobrevivência da espécie.
Coordenador do Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável

Os Malefícios do lixo

Não é novidade que quantidades cada vez maiores de resíduos sólidos vêm sendo gerados, em função do aumento da população humana e de suas necessidades crescentes de consumo, quer no que se refere a alimentos, quer a produtos em geral. Além disso, numa outra ponta, há um incremento nada desprezível dos resíduos gerados em laboratórios, clínicas e hospitais, correlacionados aos tratamentos da saúde humana e até mesmo de animais diversos.

Todo esse material residual é descartado das mais diversas formas no meio ambiente, a menos de sua reutilização ou reciclagem. Dessa forma, por esses malefícios que esses descartes fazem aos ecossistemas, o descarte é um dos maiores problemas na gestão dos resíduos sólidos.

A velocidade de geração de resíduos, devida ao homem, é bem maior que a advinda dos processos naturais.

A rigor, três princípios básicos devem ser seguidos para que o gerenciamento dos resíduos sólidos possa se encaixar nos verdadeiros fundamentos do desenvolvimento sustentável; a saber: o primeiro deles é a redução, sempre que possível, da geração dos resíduos, através de procedimentos e hábitos a serem aplicados no dia-a-dia, como sejam, por exemplos, reduzir o consumo e evitar o uso de produtos descartáveis e no caso das indústrias, a busca constante de tecnologias que reduzam as quantidades de resíduos gerados. O segundo se baseia na reutilização, de uma maneira geral, maximizando a utilização, principalmente se os produtos forem descartáveis, como no caso das embalagens; um exemplo simples é a reutilização das sacolas plásticas dos supermercados para acondicionamentos diversos, inclusive de lixo, evitando-se que outro saco de plástico seja incorporado ao lixo final de nossas casas; no caso das indústrias, um exemplo seria o aproveitamento dos pós gerados no processo produtivo e captados por sistemas de controle de poluição atmosférica, fazendo-os voltar ao processo. Finalmente, o terceiro princípio se baseia na reciclagem, que nada mais é do que reutilizar o resíduo para a fabricação de outro bem de consumo, ou até mesmo o mesmo bem. É o papel usado, utilizado para fabricar papel novo, é o pneu usado para fabricação de tapetes de borracha etc.

No caso dos lixos domésticos, especificamente, é fato comum, no nosso Brasil, a disposição desses lixos em aterros apelidados de sanitários e de uma forma que contraria todos os fundamentos técnicos da disposição adequada. Isso sem contar nas disposições nas margens ou dentro de rios, em terrenos baldios, encostas de morros, nas vias públicas, sendo que, nesses casos, os efeitos danosos são praticamente imediatos pela desestabilização de solos (caso das encostas), pelo entupimento dos escapamentos para as galerias pluviais (bocas de lobo), vide o caso da grande cheia no Rio de Janeiro neste mês, devido ao entupimento das galerias propriamente ditas e canais (caso de materiais arrastados pelas encostas, terrenos baldios e vias), pela proliferação de vetores em quase todos os casos e pela degradação das águas para consumo.

Não resta dúvida que o aterro sanitário é a forma mais econômica e segura de dispor lixos domésticos. Acontece que os princípios prévios para a implantação de um aterro, rarissimamente são observados, como sejam: escolha de terrenos com aquíferos subterrâneos profundos; compactação do solo anteriormente à primeira disposição, para garantir uma melhor impermeabilidade do solo; compactação prévia do próprio lixo antes de se levá-lo para o aterro, a fim de ganhar área e se economizar no transporte; previsão de caminhos para o chorume e o gás que serão gerados; previsão para tratamento do chorume (caldo altamente orgânico proveniente da decomposição da matéria orgânica do lixo); instalação de postos de monitoramento para verificar as condições físicas, químicas e biológicas dos aquíferos subterrâneos devidas aos líquidos provenientes dos lixos que são infiltrados no terreno etc.

Em se fazendo o aterro, dito sanitário, sem esses prévios cuidados, as condições ambientais dos solos sob o aterro ficam comprometidas por longos anos, pelo efeito do transporte (migração) de características físicas, químicas e biológicas indesejáveis e que atingem as águas subterrâneas e as superficiais que servirão às populações com finalidades nobres.

Come se vê, é fundamental a engenharia estar presente em todos os aspectos que dizem respeito ao lixo, desde sua geração até o seu destino final.

Gil Portugal

No lixo,a luta pela sobrevivencia

No lixo, a luta pela sobrevivência

Benira Maia
Do JC OnLine

Com os pés fincados sobre uma montanha de milhares de toneladas de lixo, mais de mil pessoas vivem, no Lixão da Muribeca, uma subumana realidade de sujeira, fedentina e pobreza. Nesta montanha que infla diariamente com caminhões trazendo do Recife e Jaboatão dos Guararapes o equivalente ao peso de mais de duas imagens do Cristo Redentor em lixo, miseráveis parecem selar a realidade de que, pés postos ali, fica difícil encontrar a saída para um outro trabalho que não o de andar, manusear e catar os detritos, pisando, sentando, comendo e sobrevivendo junto a urubus, moscas e garças. Mesmo afastado do Centro da capital pernambucana e localizado na periferia da vizinha Jaboatão, o lixão é, para eles, o caminho contra o desemprego.

"Estou aqui há 21 anos anos", conta Amaro Epifânio da Silva, um ex-cortador de cana que veio de Sirinhaém, a 56 km dali, em busca de melhor sorte que na agricultura. Aos 55 anos, ele diz haver criado os 22 filhos à custa do dinheiro arrecadado no lixão. O trabalho? catando dejetos que possam ser vendidos para posterior reaproveitamento. Com tanto tempo no local, ele não se encabula de dizer que, às vezes, come "pão seco" encontrado lá. Também não se aperreia se tem que lutar com urubu por comida ou se a ave defecar sobre ele. Semanalmente, costuma apurar em média R$ 80.

Seu Amaro é um dos quase 1.500 catadores que trabalham no Lixão da Muribeca depois que ficou sem emprego. Uma realidade que condiz com o desemprego que atinge 329 mil pessoas na Região Metropolitana - dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Dia e noite, eles se revezam no trabalho de descobrir objetos que possam ser aproveitados das 2.600 toneladas despejadas diariamente por 600 caminhões - o lixão acolhe todo o lixo domiciliar das cidades de Recife e Jaboatão. Colocam em grande sacos o material que conseguiram pegar e pesam nas balanças dos chamados "deposeiros" - atravessadores que levam o lixo para fábricas, por exemplo, de embalagem plástica e vidro. Gente que chega a ganhar semanalmente até mais de mil reais, pagando em média R$ 60 a cada catador.

O preço varia de acordo com o valor da matéria. E, neste mercado, o ferro é a mais valiosa, com o quilo chegando a ser vendido aos deposeiros por R$ 1,50 enquanto o plástico é comercializado por 80 centavos. Tanto que o catador Joel (não quis revelar o nome completo), de 45 anos, prefere levar para casa o aço que acha. Em casa, explica, vende mais caro que no lixão. "Aqui vendo por R$ 1,50. Lá, a R$ 2,50", revela.

CADA UM POR SI - O clima é de disputa no lixão, que tem 62 hectares - área 87 vezes maior do que o gramado do Maracanã. A cada despejo, os catadores praticamente emburacam lixo adentro à procura dos melhores dejetos. "As pessoas ali são competidoras", diagnostica o consultor em resíduos sólidos Bertrand Sampaio de Alencar, integrante do Comitê Gestor do Movimento Nacional dos Catadores e que, em 2003, fez uma pesquisa no local.

"É muita gente e ninguém ajuda", corrobora um jovem que se identifica apenas como Róbson, 18, e que há um ano engrossa a lista de catadores. Seguindo o trabalho do pai, que se encontra adoentado, ele diz que a parte mais difícil é "aprender a separar" os dejetos. À tarde na escola e pela manhã na Muribeca, costuma apurar na semana em torno de R$ 50. "O que tiver pela frente eu pego", afirma, usando surradas botas e luvas encontradas lá mesmo.

"O lixão é um problema social grande", atesta Adaulto Lins, com a autoridade de que quem convive de perto com a situação, como chefe de Divisão de Operação do local. "Aqui não há um problema principal; são vários problemas", afirma a psicóloga Socorro Silvério, responsável pela parte social do lixão. "É preciso tirar a documentação deles, fazer uma ação de saúde", enumera, contando que muitos sofrem com doença na pele. "Aparece coceira, sarna", conta o catador Sandro Ferreira, de 24 anos.

Na sua 11ª gravidez, Maria do Socorro sonha com "vida melhor" para os filhos

Sentada, descansando sobre um grande saco de lixo (mamona ou big bag, como é chamado), a catadora Maria do Socorro Conceição, 39, exibe a barriga de sete meses de gestação. É o seu 11º filho. Oriunda do trabalho na cana-de-açúcar na cidade de Bonito, a cerca de 110 km do lixão, ela está há três anos pegando resíduos ao lado do marido. Para dar conta da prole e da catação, costuma deixar a filha de 11 anos cuidando dos menores em casa. "A mais velha, de 16 anos, já casou", explica, com ar cansado. Quando não está grávida, costuma apanhar o suficiente para ganhar semanalmente R$ 80. Mas, com o barrigão, apura apenas R$ 40. A seus pés, ursos de pelúcia velhos e jogados ao lixo - brinquedos que ela não se sentiu tentada a levar pra casa. Por enquanto, apenas sonha com "uma vida melhor" para os filhos.

O sonho de Geceilda Delfina da Silva, 46, é uma casa própria. Sem marido, sem pai, mãe e fiho - como faz questão de frisar -, ela também veio do interior. Inicialmente, trabalhou de empregada doméstica na capital, mas, sem maiores referências para se empregar, acabou no lixão. De lá para cá, vão-se seis anos, sempre esperando juntar dinheiro para comprar um imóvel. Mora de aluguel em Jaboatão - a proprietária cobra R$ 80, mas, como ganha cerca de R$ 30 por semana, vai "pagando de dez". Na volta para casa, evita pegar ônibus: tem vergonha do mau cheiro que exala após um dia entre o lixo. "Uma vez peguei um geladinho e uma mulher disse: 'Que mau cheiro!'. Então, fiquei com vergonha", conta. Para se livrar do fedor, costuma demorar no banho, passando no corpo "sabão amarelo" seis vezes.

No,a luta pela sobrevivencia

No lixo, a luta pela sobrevivência

Benira Maia
Do JC OnLine

Com os pés fincados sobre uma montanha de milhares de toneladas de lixo, mais de mil pessoas vivem, no Lixão da Muribeca, uma subumana realidade de sujeira, fedentina e pobreza. Nesta montanha que infla diariamente com caminhões trazendo do Recife e Jaboatão dos Guararapes o equivalente ao peso de mais de duas imagens do Cristo Redentor em lixo, miseráveis parecem selar a realidade de que, pés postos ali, fica difícil encontrar a saída para um outro trabalho que não o de andar, manusear e catar os detritos, pisando, sentando, comendo e sobrevivendo junto a urubus, moscas e garças. Mesmo afastado do Centro da capital pernambucana e localizado na periferia da vizinha Jaboatão, o lixão é, para eles, o caminho contra o desemprego.

"Estou aqui há 21 anos anos", conta Amaro Epifânio da Silva, um ex-cortador de cana que veio de Sirinhaém, a 56 km dali, em busca de melhor sorte que na agricultura. Aos 55 anos, ele diz haver criado os 22 filhos à custa do dinheiro arrecadado no lixão. O trabalho? catando dejetos que possam ser vendidos para posterior reaproveitamento. Com tanto tempo no local, ele não se encabula de dizer que, às vezes, come "pão seco" encontrado lá. Também não se aperreia se tem que lutar com urubu por comida ou se a ave defecar sobre ele. Semanalmente, costuma apurar em média R$ 80.

Seu Amaro é um dos quase 1.500 catadores que trabalham no Lixão da Muribeca depois que ficou sem emprego. Uma realidade que condiz com o desemprego que atinge 329 mil pessoas na Região Metropolitana - dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Dia e noite, eles se revezam no trabalho de descobrir objetos que possam ser aproveitados das 2.600 toneladas despejadas diariamente por 600 caminhões - o lixão acolhe todo o lixo domiciliar das cidades de Recife e Jaboatão. Colocam em grande sacos o material que conseguiram pegar e pesam nas balanças dos chamados "deposeiros" - atravessadores que levam o lixo para fábricas, por exemplo, de embalagem plástica e vidro. Gente que chega a ganhar semanalmente até mais de mil reais, pagando em média R$ 60 a cada catador.

O preço varia de acordo com o valor da matéria. E, neste mercado, o ferro é a mais valiosa, com o quilo chegando a ser vendido aos deposeiros por R$ 1,50 enquanto o plástico é comercializado por 80 centavos. Tanto que o catador Joel (não quis revelar o nome completo), de 45 anos, prefere levar para casa o aço que acha. Em casa, explica, vende mais caro que no lixão. "Aqui vendo por R$ 1,50. Lá, a R$ 2,50", revela.

CADA UM POR SI - O clima é de disputa no lixão, que tem 62 hectares - área 87 vezes maior do que o gramado do Maracanã. A cada despejo, os catadores praticamente emburacam lixo adentro à procura dos melhores dejetos. "As pessoas ali são competidoras", diagnostica o consultor em resíduos sólidos Bertrand Sampaio de Alencar, integrante do Comitê Gestor do Movimento Nacional dos Catadores e que, em 2003, fez uma pesquisa no local.

"É muita gente e ninguém ajuda", corrobora um jovem que se identifica apenas como Róbson, 18, e que há um ano engrossa a lista de catadores. Seguindo o trabalho do pai, que se encontra adoentado, ele diz que a parte mais difícil é "aprender a separar" os dejetos. À tarde na escola e pela manhã na Muribeca, costuma apurar na semana em torno de R$ 50. "O que tiver pela frente eu pego", afirma, usando surradas botas e luvas encontradas lá mesmo.

"O lixão é um problema social grande", atesta Adaulto Lins, com a autoridade de que quem convive de perto com a situação, como chefe de Divisão de Operação do local. "Aqui não há um problema principal; são vários problemas", afirma a psicóloga Socorro Silvério, responsável pela parte social do lixão. "É preciso tirar a documentação deles, fazer uma ação de saúde", enumera, contando que muitos sofrem com doença na pele. "Aparece coceira, sarna", conta o catador Sandro Ferreira, de 24 anos.

Na sua 11ª gravidez, Maria do Socorro sonha com "vida melhor" para os filhos

Sentada, descansando sobre um grande saco de lixo (mamona ou big bag, como é chamado), a catadora Maria do Socorro Conceição, 39, exibe a barriga de sete meses de gestação. É o seu 11º filho. Oriunda do trabalho na cana-de-açúcar na cidade de Bonito, a cerca de 110 km do lixão, ela está há três anos pegando resíduos ao lado do marido. Para dar conta da prole e da catação, costuma deixar a filha de 11 anos cuidando dos menores em casa. "A mais velha, de 16 anos, já casou", explica, com ar cansado. Quando não está grávida, costuma apanhar o suficiente para ganhar semanalmente R$ 80. Mas, com o barrigão, apura apenas R$ 40. A seus pés, ursos de pelúcia velhos e jogados ao lixo - brinquedos que ela não se sentiu tentada a levar pra casa. Por enquanto, apenas sonha com "uma vida melhor" para os filhos.

O sonho de Geceilda Delfina da Silva, 46, é uma casa própria. Sem marido, sem pai, mãe e fiho - como faz questão de frisar -, ela também veio do interior. Inicialmente, trabalhou de empregada doméstica na capital, mas, sem maiores referências para se empregar, acabou no lixão. De lá para cá, vão-se seis anos, sempre esperando juntar dinheiro para comprar um imóvel. Mora de aluguel em Jaboatão - a proprietária cobra R$ 80, mas, como ganha cerca de R$ 30 por semana, vai "pagando de dez". Na volta para casa, evita pegar ônibus: tem vergonha do mau cheiro que exala após um dia entre o lixo. "Uma vez peguei um geladinho e uma mulher disse: 'Que mau cheiro!'. Então, fiquei com vergonha", conta. Para se livrar do fedor, costuma demorar no banho, passando no corpo "sabão amarelo" seis vezes.

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel de bala 3 meses Plástico 450 anos
Filtro de cigarro 1 a 2 anos Madeira pintada 14 anos
Chiclete 5 anos Pano 6 meses a 1 ano
Embalagem PET Mais de 100 anos Náilon 30 anos
Fralda descartável 600 anos Lata de alumínio 200 a 500 anos
Vidro Cerca de 4.000 anos Tampa de garrafa 150 anos
Pacote de salgadinho 500 anos

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

O QUE É RECICLÁVEL

PAPEL
Jornais, revistas, caixas de papel e papelão, caderno, formulários de computador, envelopes, papéis de rascunho, de embrulho, embalagens Tetra Pak*.

METAL
Latas de bebidas, de alimentos em conserva, pregos, parafusos, bacias, baldes e panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco, chumbo e alumínio.

VIDRO
Garrafas em geral, frascos e potes de perfume, produtos de limpeza, higiene de alimentos.

PLÁSTICO
Garrafas de água e refrigerantes, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos e canos de PVC, sacos e sacolas, brinquedos.
NÃO SÃO RECICLÁVEIS
Orgânicos - Sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, podas de árvores.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, pilhas, absorvente higiênico, madeiras, acrílico, espelhos, cerâmicas e porcelanas, fotografias, embalagens e venenos.
Resíduos especiais - Curativos, suturas, gazes, algodão, seringas e agulhas.
* Embalagens Tetra Pak, garrafas e frascos de vidro e plástico devem ser lavados. Misturar materiais recicláveis com rejeitos orgânicos contamina os materiais e dificulta a triagem. Já os vidros devem ser embrulhados com folhas de papel.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

Coleta seletiva reduz produção de lixo

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel de bala 3 meses Plástico 450 anos
Filtro de cigarro 1 a 2 anos Madeira pintada 14 anos
Chiclete 5 anos Pano 6 meses a 1 ano
Embalagem PET Mais de 100 anos Náilon 30 anos
Fralda descartável 600 anos Lata de alumínio 200 a 500 anos
Vidro Cerca de 4.000 anos Tampa de garrafa 150 anos
Pacote de salgadinho 500 anos

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

O QUE É RECICLÁVEL

PAPEL
Jornais, revistas, caixas de papel e papelão, caderno, formulários de computador, envelopes, papéis de rascunho, de embrulho, embalagens Tetra Pak*.

METAL
Latas de bebidas, de alimentos em conserva, pregos, parafusos, bacias, baldes e panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco, chumbo e alumínio.

VIDRO
Garrafas em geral, frascos e potes de perfume, produtos de limpeza, higiene de alimentos.

PLÁSTICO
Garrafas de água e refrigerantes, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos e canos de PVC, sacos e sacolas, brinquedos.
NÃO SÃO RECICLÁVEIS
Orgânicos - Sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, podas de árvores.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, pilhas, absorvente higiênico, madeiras, acrílico, espelhos, cerâmicas e porcelanas, fotografias, embalagens e venenos.
Resíduos especiais - Curativos, suturas, gazes, algodão, seringas e agulhas.
* Embalagens Tetra Pak, garrafas e frascos de vidro e plástico devem ser lavados. Misturar materiais recicláveis com rejeitos orgânicos contamina os materiais e dificulta a triagem. Já os vidros devem ser embrulhados com folhas de papel.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

A poluição do solo vem do lixo jogado

A poluição do solo consiste numa das formas de poluição, que afeta particularmente a camada superficial da crosta terrestre, causando malefícios diretos ou indiretos à vida humana, à natureza e ao meio ambiente em geral. Consiste na presença indevida, no solo, de elementos químicos estranhos, de origem humana, que prejudiquem as formas de vida e seu desenvolvimento regular.

A poluição do solo pode ser de duas origens: urbana e agrícola.

Poluição de origem urbana

Nas áreas urbanas o lixo jogado sobre a superfície, sem o devido tratamento, são uma das principais causas dessa poluição. A presença humana, lançando detritos e substâncias químicas, como os derivados do petróleo, constitui-se num dos problemas ambientais que necessitam de atenção das autoridades públicas e da sociedade.

Poluição de origem agrícola

A contaminação do solo, nas áreas rurais, dá-se sobretudo pelo uso indevido de agrotóxicos, técnicas arcaicas de produção (a exemplo do subproduto da cana-de-açúcar, o vinhoto; dos curtumes e a criação de porcos).

Aterros sanitários

Uma das formas de se lidar com os resíduos urbanos é a destinação de locais de depósito para os mesmos, denominados aterros. Nestes lugares todo o lixo urbano é depositado, sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem.

Fonte: pt.wikipedia.org

Poluição do Solo



A POLUIÇÃO DO SOLO

A terra não fica poluída com fumaça, gases tóxicos ou esgoto. Os principais poluentes do solo são os agrotóxicos e as montanhas de lixo sólido, amontoados em lugares não apropriados, como os depósitos clandestinos.

Os agrotóxicos são substâncias que os agricultores jogam nas plantações. Eles impedem que insetos e outros bichos acabem com a produção. São como uma vacina contra as doenças das plantas.

Os fertilizantes servem para fazer as plantas crescerem mais fortes.O problema é que quando comemos esses alimentos, estamos ingerindo também os agrotóxicos e fertilizantes.

Os principais agrotóxicos são os pesticidas e os herbicidas. Cada um mata um tipo de praga. Os principais fertilizantes são os fosfatos e nitratos, que vão se acumulando no solo e poluindo cada vez mais.

Alguns agricultores não usam fertilizantes nem agrotóxicos. Eles utilizam soluções naturais para combater as pragas. Isso é chamado de "agricultura orgânica". Alguns supermercados vendem alimentos orgânicos. Eles são um pouco mais caros do que o normal, mas vale a pena: fazem bem para a saúde e para a natureza.

Os depósitos de lixo também contribuem para sujar o solo. Sabe como?

LIXO PERIGOSO

Os depósitos de lixo são um verdadeiro veneno para o solo. Vários produtos químicos chegam misturados ao lixo. Esses produtos aos poucos se infiltram na terra e se acumulam ao longo do tempo. Quando a chuva cai, a coisa fica preta: o lixo e os produtos químicos são arrastados.

Muitas vezes esses venenos vão parar em plantações (contaminando os alimentos) ou em reservatórios de água (poluindo as fontes). Às vezes a infiltração é tão grande que chega a atingir lençois freáticos, que são uma espécie de reservatório subterrâneo de água.

A montoeira de lixo também libera fumaça tóxica. O cheiro de um depósito de lixo é insuportável, por causa da liberação de um gás fedido e inflamável, chamado metano.

As pessoas que trabalham nesses lugares precisam usar máscaras e tomar cuidado, porque podem pegar doenças como leptospirose e cólera. É também muito comum as pessoas colocarem fogo no lixo _ o que não é nada legal, porque essa queima libera gases poluentes.

O grande problema é que o homem produz lixo que não é reaproveitado pela natureza, como copos de plástico, latinhas de metal e garrafas de vidro. Essa parte sólida do lixo demora muito para desaparecer. Uma fralda de bebê, por exemplo, leva 500 anos para se decompor. A idade do Brasil!

São Paulo é a cidade brasileira que mais produz lixo: são 12 mil toneladas por dia. Uma das soluções para tanto lixo é a reciclagem. Plástico, papel, vidro e alumínio podem ser reaproveitados e transformados em coisas úteis novamente.

POLUIÇÃO: O HOMEM É O GRANDE VILÃO

Veja só que coisa triste: o homem é o único ser vivo que destrói o ambiente em que vive. Nenhum outro habitante do planeta polui o ar, contamina a água, devasta florestas...

As cidades são os centros de trabalho e moradia da maioria das pessoas do mundo. Algumas chegam a ter milhões de habitantes! Para abastecer e abrigar esse mundão de gente, consumimos energia, exploramos muitos recursos naturais e produzimos um montão de lixo.

É aí que mora o problema. A ação do homem é perigosa pois é feita em grandes proporções. A fumaça das indústrias, das queimadas e dos carros das grandes cidades enchem o céu de gases tóxicos. Os esgotos não-tratados e o lixo produzido por indústrias e por milhões de pessoas contaminam a água e o solo.

Fonte: www.canalkids.com.br

''Como lixo afeta animais e meio ambiente''

Plástico polui oceanos e prejudica diversos animais marinhos

Pesquisa feita pelo Projeto Tamar revela que, de cada 10 tartarugas mortas, quatro morreram, porque ingeriram lixo.

Do golfinho que tinha mais de dois metros de comprimento sobrou só o esqueleto. Quando apareceu na praia, no sul do Espírito Santo, já estava sem forças para reagir.

“Um pedaço de plástico estava no estômago, o outro, no esôfago. Aos poucos, o animal deixou de se alimentar, foi ficando desnutrido e morreu por inanição, que foi a causa da morte”, explica Lupércio Barbosa, coordenador do Instituto Orca.

Ele era de uma espécie rara, um golfinho de dentes rugosos. Foi mais uma vítima do lixo.

“Jogar um plástico do carro na rua, vai cair no bueiro e isso vai parar no mar “, alerta Lupércio.

Imagine uma cidade cortada pelo mar, com toda beleza que isso representa, e, ainda por cima, sem lixo jogado no lugar errado. Não é fácil encontrar um lugar assim. Olhando de fora parece mesmo bem bonito, mas por outro ângulo a esperança vai afundando. É assim normalmente em trechos de mar que cortam centros urbanos.

No fundo do canal de Guarapari, no Espírito Santo, o lixo não desaparece. Resiste ao tempo e se mistura à vida marinha, insistente.

“A sujeira realmente incomoda bastante, a gente tenta jogar para baixo do tapete, mas quando você desce dá para ver que está ali”, conta o mergulhador Bruno Zippinotti.

Garfo de plástico, faca, garrafa. “Até muito longe da terra a gente encontra lixo flutuando que vem do continente. Isso afeta o meio ambiente, afeta a comunidade, porque diminui o turismo na área”, diz o mergulhador Júlio Yaber.

A sujeira vem das cidades litorâneas, mas pode aparecer muito mais longe, a centenas de quilômetros da praia. No Rio Doce, que corta mais de 200 cidades de Minas Gerais e Espírito Santo, é só acompanhar o trajeto da água para ver o tamanho do problema.

No local a gente encontra garrafa de plástico, embalagem de óleo lubrificante, detergente e xampu. É lixo que segue adiante e vai parar no mar, provocando um efeito devastador.

“Eu já vi peixe com sacola enrolada na goela, já vi garrafa pet agarrada na goela do peixe também”, relata o pescador Zé de Sabino.

“As tartarugas confundem o lixo com alimento. E ela vai comer e pode morrer”, diz a estudante Kerly Maciel.

Uma pesquisa feita em 2009 pelo Projeto Tamar em cinco estados brasileiros - Ceará, Segipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina - revela que de cada 10 tartarugas mortas, quatro morreram porque ingeriram lixo. Dentro de uma única tartaruga verde encontrada no litoral capixaba tinha plástico de todo jeito e tamanho, pedaço de canudo e até tampa de garrafa pet.

“Essa quantidade de lixo para um animal pequeno, um animal que tinha por volta de quatro anos, isso é fatal” , explica Henrique Filgueiras, coordenador do Projeto Tamar em Regência, no Espírito Santo.

O bicho confunde o plástico com o seu alimento, as algas, e o material não é digerido, fica no estômago do animal impedindo que se alimente. Além disso, ele não consegue mais afundar, tem dificuldade para respirar. Precisa de tratamento urgente, à base de soro. Uma papa verde, mistura de peixe e couve, é para o animal já mais forte, que tenta sobreviver.

“Pode ser que ela contribua para eliminar esse lixo que tiver, se a obstrução não for muito grande já, não for muito severa”, conta a veterinária Jéssica Ribeiro.

Um documentário francês mostra a sopa de plástico que viraram os oceanos. No Mar Mediterrâneo há três milhões de toneladas de lixo. O plástico tomou conta do mar, está na superfície e até a mil metros de profundidade.

O Marine Mammal Center é um instituto que também trabalha com a recuperação dos animais como o Tamar, só que na costa oeste americana. Shelbi Stoudt coordena as operações de resgate. Ela conta que aumentou o número de mamíferos que chegam ali por causa da poluição.

Linha de pesca, faixas de borracha que se enrolam no pescoço dos bichos. Até casos de estrangulamento têm aparecido.

Há vinte anos Jan Van Franeker, especialista em aves marinhas, começou uma pesquisa para descobrir o que elas comiam e teve uma surpresa: “Há um pedaço de nylon, pedaço de sacola plástica ainda molhada e suja”.

O capitão Charles Moore sabe que o plástico nunca desaparece, apenas se quebra em pequenos pedacinhos. A vida dele mudou durante viagens em uma rota pouco usada no Pacífico. Foi ele quem descobriu a ilha de lixo no meio do mar.

Ele ficou intrigado com tanto plástico flutuando na água. “Minha nossa, o que a gente fez com o oceano?”

Em um século, cem milhões de toneladas de plástico foram lançadas nos mares e pouco deve mudar. “Ninguém parece ter capacidade de ver um futuro sem plástico”, diz o capitão Moore. “Para que nos livremos da poluição do plástico. Pequenas mudanças não vão fazer a diferença”.


A reutilização do lixo

O uso criativo do lixo
Por Tereza Miriam Pires Nunes

Desde criança, fazer brinquedos e jogos com as tralhas do quintal, era um exercício natural com uma dúzia de irmãos, onde alguns eram mais criativos e ousados, outros mais intelectuais e reservados, mas todos interagiam proporcionando momentos riquíssimos de aprendizagem.

Lembro-me dos carrinhos de rolimã, patinete, casinhas de boneca com fogão de tijolos e fogo de verdade, jogo da trinca, trilha, velha, 5 pedrinhas (5 Marias), amarelinhas riscadas (ora com carvão, ora com caco de telha ou gesso de construção), queimada com bolas de meia ou jornal... O que não valia mesmo era ficar sem brincar.

Cresci re-utilizando roupas e tudo mais que meus dez irmãos mais velhos deixavam de usar. Muitas vezes, colocava um adereço na roupa ou no objeto que ficavam com aparência de novos, e a satisfação de fazer algo inédito não tinha preço.

Ao entrar no mundo da criança, percebo que não é preciso $$$$(dinheiro) para comprar todas as novidades que a mídia oferece. A criatividade usada num brinquedo e as coisas feitas com as próprias mãos são muitas vezes mais satisfatórias que ganhar um brinquedo caro, “bonito” e sem significado.

Se eu pudesse falar algo que tocasse os corações dos adultos, educadores e pais, eu diria que o que conta muito é com o que a criança brinca, como foi feito o brinquedo, o jogo e com quem foram partilhados esses momentos.

Valorizo muito o resgate de brinquedos e brincadeiras folclóricas, porque acredito que é um passo importante nos dias de hoje, já que brincar na “rua” tornou-se inviável e deve ser substituído pelo brincar na escola, no condomínio, no clube, na praça ou outro local.

Em 1980, dei início à minha profissão de professora na Prefeitura de Campinas e a realidade era uma carência de materiais que me instigava a buscar sucatas. Senti necessidade de recursos especiais, porque passei a trabalhar com crianças que apresentaram dificuldades de aprendizagem.

Virei a “Rainha da Sucata” em várias unidades escolares que trabalhei, muitas colegas compartilhavam as novidades e trocávamos experiências que deram certo.

Empenhei meus esforços e dediquei-me ao reaproveitamento dos materiais descartados, porque percebi que isso valorizava meu trabalho pedagógico e hoje, não mais em sala de aula, ministro cursos para os educadores que usam a prática lúdica, trocando suas tentativas e experiências nesta maneira simples e criativa de fazer jogos, brinquedos, bandinhas, adereços, presentes e outras coisas mais, com a re-utilização de todo tipo de material.

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/lixo/AR_Tereza/Bandinha_f.jpg
Instrumentos musicais feitos de latas, garrafas PET, tampinhas, potes de
yogurte, caixa de leite.
Foto: Emile Emiachon

Em 2003, fui convidada para integrar a equipe do Programa de Educação Ambiental da Secretaria de Educação, onde desenvolvi uma oficina: “Recriando com arte”, com brinquedos, jogos e bandinha de sucata. A criatividade não tem fim: Iniciei a montagem de uma eco-brinquedoteca itinerante e fui levando às escolas as idéias que colhia aqui e ali, por onde passava. Esta brincadeira virou coisa séria, aumentando de uma caixa de jogos, brinquedos e bandinha para 8 caixas bem equipadas.

Em 2005, participei de um grupo que se preocupava com a formação de Brinquedistas no Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp) oferecendo uma prática de aprender e fazer jogos e brinquedos de sucata. O público atendido era formado de pessoas entre 15 e 80 anos, analfabetos, universitários e de preferência de desempregados.

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/lixo/AR_Tereza/Jogos_f.jpg
Tabuleiros feitos de tecido, jornal trançado, papel marché e papelão.
Foto: Emile Emiachon

Aprendo todos os dias com todas as pessoas, com as crianças, professores e outros profissionais, e procuro aprender também em todas as circunstâncias do dia-a-dia.

Não crio nada. Tudo já existe e eu apenas modifico dando uma roupagem ou cara nova.

Manipulando os jogos e brinquedos, consigo visualizar a transdisciplinaridade deles. Com algumas adaptações, eles servirão como recurso pedagógico para aulas de história, inglês, geografia, física e todas outras matérias. Tenho até um simulado nos moldes daqueles feitos pela Unicamp cujo tema foi o lixo, feito no Cursinho ZAP, quando ocupei o cargo de coordenadora pedagógica.

http://www.labjor.unicamp.br/comciencia/img/lixo/AR_Tereza/fechatampa_f.jpg
Jogo matemático feito com palitos de sorvete, tampas de shampoo e papelão.
Foto: Emile Emiachon

Nos últimos dois anos, ministrei 7 turmas de eco-brinquedista e através de depoimentos e avaliações, posso afirmar que quem passa pelo curso “eco-brinquedista” percebe o lixo com outra conotação, e no dia-a-dia, muda seus hábitos, mostrando um carinho especial para cada coisa que descarta.

Aos olhos do mercado capitalista, eu sei que estou regredindo, porque procuro não consumir tanto e, ainda tento abrir os olhos de quem o faz. Virei uma catadora de lixo que não consegue passar perto de uma caçamba ou entulho sem esticar o olho e muitas vezes aproveitar coisas que lá não deveriam estar.

Mudei minha relação com o lixo, porque consegui ver nele duas coisas importantes:

- Grande problema da atualidade

- Solução possível

O primeiro caso acontece nas grandes metrópoles que já não têm onde colocar o lixo, alugando espaços em outros países e locais, encarecendo este serviço para a população.

O lixo é o vilão que polui água, ar e terra, mas só é tratado com desprezo, pois as pessoas misturam papéis com óleo, borra de café, papel higiênico sujo, curativos, cascas de frutas, frascos de vidros, recipientes de plástico, metais com os mais variados produtos, tornando-o inviável para a reciclagem.

No segundo caso, grande porcentagem do lixo não é lixo, podendo ser reutilizado e reciclado.

Pra mim o lixo brilha feito ouro, pois vejo nele a matéria prima para todo o trabalho que desenvolvo e milhões de toneladas desta matéria prima para infinitas utilidades.

A catação de lixo é atualmente um subemprego, mas que garante o sustento de milhares de famílias e ajuda na sustentabilidade do planeta. Campinas já tem mais de dois mil catadores independentes e 14 cooperativas.

As cooperativas desenvolvem um trabalho mais humanitário, com carteira assinada e garantia de um preço melhor para o lixo que será reciclado.

Muitas pessoas pensam que reciclar o lixo é separá-lo em recipientes especiais para cada tipo de produto. Isto faz parte do que chamamos de coleta seletiva. A separação deste material é fundamental e é importante saber que do outro lado do nosso lixo tem um ser humano que se sustenta, sustenta a família e vive dele. Muitas vezes, conversando com os catadores e visitando as cooperativas, sinto compaixão por estas pessoas, sabendo por elas, que grande parte do lixo não é possível ser vendida. Isso por minha culpa, nossa culpa e, principalmente daqueles que mais produzem lixo e querem ficar livre dele de qualquer forma.

Conforme Al Gore: "Temos tudo o que precisamos para salvar a integridade de nosso planeta, exceto a vontade política".

Vimos no natal uma campanha milionária para reutilizar 1.200.000 garrafas pets, como enfeites da cidade de Campinas, e nunca vimos tal campanha para reciclagem das mesmas que obstruem bueiros, acumulam-se em terrenos baldios e são responsáveis por grande parte dos desastres ambientais urbanos.

Campinas possui 900T/dia de lixo sendo 3% deste total a porcentagem reciclada. Que vergonha! Eu também faço parte desta estatística e quero contribuir para aumentar a porcentagem de reciclagem em 2008.

Aos 56 anos de idade, 31 anos de magistério, nesse início do século XXI, em plena era das comunicações, eu me admiro e ao mesmo tempo fico surpresa quando percebo meu compromisso em afirmar que brincar é necessário para todos nós, saudável para a mente e corpo, pode ser um modo prazeroso de aprender e criar regras e burlá-las também, envolve diferentes linguagens (afetiva, espontânea, simbólica, imaginativa, universal, gestual, oral), é uma atividade inserida num universo cultural local e global. Tem importante potencial de criação e abertura para novos significados e relações com parceiros que também gostam de brincar, envolve os participantes em pura emoção, permite a interação de forma a possibilitar a compreensão entre as pessoas, sentimentos e os vários conhecimentos, conhecer e respeitar regras de convivência social, fazer escolhas (temas, papéis, objetos, parceiros, tipos de jogos) e sentir a sensação de liberdade, errar e aprender, refazer, repetir muitas vezes até esgotar-se, pensar e repensar conhecimentos. Brincar é tão antigo quanto a origem do ser humano. Brincar é pedagógico.

Tenho mania de continuar aprendendo e aprendendo com crianças. Certa vez, numa conversa que aconteceu em janeiro de 2006, no avião que seguia para Porto Alegre, do meu lado sentou-se uma menina de 7 anos com sua “filha” - uma boneca. Ela colocou o cinto de segurança na “filha” e depois nela, aí olhou em volta e procurando conversa, me perguntou:

- Como você se chama?

- Sou Zamira e você?

- Larissa. Para onde você está indo?

- Vou fazer um curso de brinquedista na Universidade Federal de Porto Alegre.

- O que é isso?

- É um curso para que eu aprenda a brincar. Depois vou ensinar às professoras e monitoras a brincar, e elas ensinarão às crianças.

Ela ficou séria, pensativa e logo em seguida, sorrindo, completou.

- Mas não precisa! Criança já brinca!

Aquela afirmação me paralisou por momentos, fiquei sem palavras... Passei a refletir muito esta verdade incontestável! E me faz perguntar: porque estudar tanto sobre o brincar?

Desde então, cada vez mais, busco compreender os processos e mecanismos pelo qual o ser humano aprende, e como o brincar pode contribuir na formação de cada ser. Estou comprometida no aprofundamento e nas pesquisas que visam ajudar com o processo de ensino/aprendizagem.

Os jogos e brinquedos são divulgados pela Apostila Virtual e faço questão que usem, abusem e divulguem todo o material que apresento.

Lixo industrial

Altas chaminés de usinas termelétricas lançam dióxido de enxofre,
Altas chaminés de usinas termelétricas lançam dióxido de enxofre,
que pode pairar no ar acima das plantações.

O lixo doméstico é apenas uma pequena parte de todo o lixo produzido. A indústria é responsável por grande quantidade de lixo – sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, lixo químico e gás e fumaça lançados pelas chaminés das fábricas.

As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir energia e bens que mantenham seu estilo de vida. As atividades industriais abrangem processamento de alimentos, mineração, produção petroquímica e de plástico, metais e produtos químicos, papel e celulose, e a manufatura de bens de consumo, como a televisão. Por sua vez, a indústria necessita de matéria-prima, como o ferro, a água e a madeira, para a produção desses bens. Esses processos de manufatura produzem lixo, que pode ser inofensivo ou tóxico.

Mostra lixo tóxico,
Foto tirada por militantes do Greenpeace. Mostra lixo tóxico,
chamado "lama amarela", sendo jogada fora, nas costas do norte da França.
Todos os dias, uma companhia francesa jogas 2000 toneladas dessa lama no Canal.

O lixo tóxico pode causar grandes danos à natureza e aos homens, principalmente se for produzido em grandes quantidades.

Lixo perigoso

Cerca de 10 a 20% do lixo industrial pode ser perigoso ao homem e aos ecossistemas. Inclui produtos químicos, como o cianureto; pesticidas, como o DDT; solventes; asbestos e metais, como o mercúrio e o cádmio. A indústria elimina lixo por vários processos. Alguns produtos, principalmente os sólidos, são amontoados em depósitos, enquanto que o lixo líquido é, geralmente, despejado nos rios e mares, de uma ou de outra forma,

Alguns lixos químicos são tão tóxicos que são necessárias roupas  protetoras e equipamento especial para lidar com eles.
Alguns lixos químicos são tão tóxicos que são necessárias roupas protetoras e equipamento especial para lidar com eles.

Certos lixos perigosos são jogados no meio ambiente, precisamente por serem tão danosos. Não se sabe como lidar com eles com segurança e espera-se que o ambiente absorva as substâncias tóxicas. Porém, essa não é uma solução segura para o problema. Muitos metais e produtos químicos não são naturais, nem biodegradáveis. Em conseqüência, quanto mais se enterra lixo, mais os ciclos naturais são ameaçados, e o ambiente se torna poluído. Desde os anos 50, o lixo químico e tóxico tem causado desastres cada vez mais freqüentes e sérios.

Em 1976, ocorreu um vazamento de dioxina de uma fábrica em Seveso,  Itália.
Em 1976, ocorreu um vazamento de dioxina de uma fábrica em Seveso, Itália.
Plantações e criações foram envenenadas, enquanto que em vários lugares o povo sofreu,
a longo prazo, problemas de saúde.

Atualmente, há mais de 7 milhões de produtos químicos conhecidos, e a cada ano outros milhares são descobertos. Isso dificulta, cada vez mais, o tratamento efetivo do lixo.

Fonte: www.conhecimentosgerais.com.br

Lixo industrial é o lixo provenente das indústrias. É muito variado o processo de produção industrial o que gera grande variedade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as indústrias e também os processos por elas utilizados e assim os dejetos resultantes. Alguns podem ser reutilizados ou reaproveitados. Muito do refugo das indústrias alimentícias são utilizados como ração animal. Por outro lado, o das que geram material químico são bem menos aproveitados por apresentarem maior grau de toxidade, elevado custo para reaproveitamento (reciclagem), exigindo, às vezes, o uso de tecnologia avançada para tal.

A liberação de resíduos ou produtos “não-necessários” para a indústria no ambiente, pode causar a poluição do ar, da água e do solo.

No Brasil a industria reduziu considerávelmente a poluição do ar, porém o descarte indevido e ilegal em locais clandestinos tem provocado uma considerável poluição do solo e contaminando as águas de superfícies, bem como as subterrâneas, os lençóis freáticos.

Um exemplo disso é o "Lixão do Mantovani" na região de Campinas, local que há anos recebeu resíduos das industrias e, principalmente, os Classe I - Perigosos, conforme especifica a NBr 10.004 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Este tipo de poluição industrial é um dos grandes problemas de hoje em dia e as soluções técnicas adequadas dependem de cada caso e é estudada pela Engenharia sanitária.

Fonte: pt.wikipedia.org

O lixo orgânico

Lixo orgânico é todo resíduo de origem vegetal ou animal, ou seja, todo lixo originário de um ser vivo. Este tipo de lixo é produzido nas residências, escolas, empresas e pela naturezaPodemos citar como exemplos de lixo orgânico: restos de alimentos orgânicos (carnes, vegetais, frutos, cascas de ovos), papel, madeira, ossos, sementes, etc.

Este tipo de lixo precisa ser tratado com todo cuidado, pois pode gerar conseqüências indesejadas para os seres humanos como, por exemplo, mau cheiro, desenvolvimento de bactérias e fungos, aparecimento de ratos e insetos. Nestes casos, várias doenças podem surgir, através da contaminação do solo e da água.

No processo de decomposição (apodrecimento) do lixo orgânico é produzido o chorume, que é um líquido viscoso e de cheiro forte e desagradável. O chorume também é um elemento que pode provocar a contaminação do solo e das águas (rios, lagos, lençóis freáticos).


O lixo orgânico deve ser depositado em aterros sanitários, seguindo todas as normas de saneamento básico e tratamento de lixo. A população também pode contribuir para o tratamento deste lixo, favorecendo a coleta seletiva do lixo e a reciclagem.

Este tipo de lixo também pode ser usado para a produção de energia (biogás), pois em seu processo de decomposição é gerado o gás metano. Outra utilidade do lixo orgânico é a produção de adubo orgânico, muito usado na agricultura, através do processo de compostagem.

Lixo urbano,um problema grave e invisível ao público

Com grande promiscuidade, geralmente em locais pouco visíveis aos moradores, os lixões estão próximos às cidades, com cheiro forte e desagradável, resíduos de toda natureza. De pensar é um rejeito social, de ver é repugnante.
lixao_1.jpg
Nos lixões, há diariamente descargas de muitas toneladas de lixo. Em Belo Horizonte, por exemplo, são descarregadas 2,7 mil toneladas; no Rio de Janeiro 3,2 mil toneladas; em São Paulo 15 mil toneladas, no Brasil estima que são recolhidos 100 mil tonelados por dia. (dezembro de 2009)

É o mundo de esperança de alguns miseráveis revirando sacos plásticos a procura de coisas que possam ter valor. Chorume infiltrando na terra contaminando, com certeza, os lençóis de água.

São raras as cidades que possuem aterros sanitários e o lixo é jogado aleatoriamente sem os devidos cuidados. E quando tem aterros sanitários, como saber se eles são confiáveis? Quem vai inspecionar e como, se a impermeabilização foi construída de maneira correta e se está atendendo depois de coberta com resíduos?

  1. Lixões e Aterros sanitários;
  2. O que é lixo?;
  3. Descarte um problema cultural que vem de gerações;
  4. Não há coleta seletiva se o descarte não for seletivo;
  5. Compostagens.

1 - Lixões e Aterros sanitários
Os lixões comuns e aterros sanitários tem sido o motivo de desvio dos bons costumes a atender necessidades de crianças carentes, curiosas, em busca de uma novidade qualquer, um brinquedo inédito ou algo ilusório.

Tem sido uma escola oferecendo um aprendizado promíscuo, indesejável, disponível a ingênuos e supostos responsáveis pelo futuro do país. Crianças desprotegidas, vitimas do infortúnio, possíveis discípulos da promiscuidade ou candidatos a farrapos humanos.

Há quem disputa com os urubus restos de comida, e o mais chocante, é que nos lixões das grandes cidades, com certa freqüência, são encontrados cadáveres envoltos em sacos plásticos.

Isso é uma desgraça pública? É uma calamidade? Seres humanos sendo descartados em lixões das grandes cidades? Para muita gente isso é inacreditável, mas é uma realidade mostrada pela televisão. É uma realidade lamentável e invisível aos olhos da população. Não é evidente ao público e o problema tem sido um dos maiores desafios para as administrações publicas.

2 - O que é lixo?
Segundo definição buscada na internet, "Resíduo ou lixo, é qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana, e a qual precisa ser eliminada. É qualquer material cujo proprietário elimina, deseja eliminar, ou necessita eliminar".

São resultantes da atividade domestica e comercial. A sua composição varia de população para população. Vai depender da situação sócio-econômica e das condições e hábitos de vida de cada um. Podem ser classificados das seguintes maneiras:

  • Matéria orgânica: Restos de comida, da sua preparação e limpeza... .
    Papel e papelão: Jornais, revistas, caixas e embalagens...
    .
  • Plásticos: Garrafas, garrafões, frascos, embalagens, boiões, etc.
  • Vidro: Garrafas, frascos, copos, etc.
  • Metais: Latas.

    Outros: Roupas, borracha, madeira, óleos de cozinha e óleos de motor e resíduos informáticos...

Existem também alguns tipos de resíduos que são denominados tóxicos. Que necessitam de um destino especial para que não contaminem o ambiente, como aerosóis vazios, Plilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, restos de medicamentos, lixo hospitalar etc.

Sem considerar os resíduos, que precisam de destino especial, que representam uma percentagem muito pequena em ralação ao volume que vai para os lixões ou aterros, e que precisam de destino especial, como os tóxicos e hospitalares, é fácil entender que papel não é lixo, lata (metais) não é lixo, plásticos não são lixos etc. Esses são materiais recicláveis, tem valor, e segundo a definição, não é inútil, além de oferecer oportunidades para ‘catadores' ganhar alguns trocados.

Contudo se misturar esses materiais com resíduos orgânicos, ai sim, tudo vira lixo.

Se entendermos essa discriminação, vamos facilmente perceber que o problema está relacionado com o nosso procedimento, com a nossa maneira de tratar os resíduos, e que descartamos coisas que deveríamos aproveitar para outros fins.

3 - Descarte um problema cultural que vem de gerações.
Quase sempre, as pessoas é quem faz o lixo, porque o costume não é descarte seletivo, porque não tiveram esse tipo de orientação, porque não aprenderam com os ancestrais. Então por falta de cuidado no descarte misturam os recicláveis com orgânicos.

Esse é o ponto crucial, é a chave, é o provável motivo de tanto lixo na natureza. É o resultado de um aprendizado de milhares de anos e que gerou hábitos arraigados misturando os orgânicos com qualquer coisa a ser descartada que não precisa ser lixo.

A população do planeta aumentou, novas tecnologias surgiram, hábitos de consumo alteraram, mas o modo de descartar os resíduos continuou sem alteração. Essa é uma verdade comprovada com o resultado das milhares de toneladas descartadas diariamente. Situação que só vai mudar quando mudarmos nossos hábitos no descarte.
O Sistema que adotamos é que determina os resultados.

4 - Não há coleta seletiva se o descarte não for seletivo
Infelizmente não tem visto, por parte das instituições governamentais, escolas e a própria imprensa, indicação para a sociedade como fazer o descarte de resíduos da maneira correta e conveniente, e quando diz, tem sido de modo que não atinge o essencial da questão.

Na maioria das escolas, shoping's, locais públicos de grande movimento, normalmente existem recipientes para coleta seletiva com indicação para: papéis, vidros, plásticos, metais etc.; mas se verificarmos, na maioria desses locais, vamos entender que muita gente ainda não seguem as indicações para o destino correto do que descartam. Desse modo, podemos constatar que não haverá coleta seletiva porque o descarte dos materiais foi totalmente aleatório. Tudo misturado.

Grande maioria dos jovens, infelizmente, ainda não adquiriu a consciência para a necessidade de evitar a formação de lixo.

Caso haja esforços no sentido de orientar as crianças de hoje para procedimentos mais aprimorados, com expectativa de mais cuidado com a natureza, com formação de mentalidades voltadas para o aproveitamento dos orgânicos em compostagens, se ficarem atentos para o descarte seletivo como comportamento padrão, no futuro as próximas gerações serão mais gratificadas e a natureza provavelmente será mais generosa, as pessoas mais felizes, mais civilizadas e merecedoras do planeta em que vivemos.

Cabem a todas às escolas e principalmente as de primeiro grau, onde normalmente são iniciados muitos hábitos culturais e que são também formadoras de opinião, dar mais importância ao assunto.

5 - Compostagens
Existem várias técnicas para fazer o composto orgânico dependendo do local e condições do ambiente: Em sítios, casas com quintal, apartamentos (condomínio)

Em sítios e ou Fazendas as compostagens são feitas quase sempre em forma de aterros e recebem, alem dos materiais gerados no próprio sitio, ‘resto-ingestus' de restaurantes das cidades próximas que são usados para tratamento e engorda de suínos ou colocado para decompor. (ver compostagem em técnicas agrícolas)

Em casas residenciais, geralmente tem um quintal onde pode ser preparada uma pequena compostagem, suficiente para atender o descarte de orgânicos. Aquele material que é depositado na lixeirinha próximo a pia da cozinha. É importante que os moradores e quem faz o descarte para essa lixeirinha não deixe ser colocado nela outro tipo de material que não seja orgânico, como, por exemplo, plásticos, toco de cigarros, tampinha de garrafas, embalagem plástica de frango etc.

Em apartamentos, quase sempre há uma administração do condomínio. O espaço reservado para fazer a compostagem deve ser criado, pelo administrador, do tamanho proporcional ao número de apartamentos do edifício. Edifícios de apartamento em construção deve ser inserido no projeto área reservada para compostagem. O composto gerado poderá ser usado nos próprios jardins do edifício. Caso isso não seja possível, pode como alternativa, fazer um tratamento dos orgânicos misturando um pouco de terra, para evitar mau cheiro, e retirar diariamente para um local em zona rural onde exista uma compostagem (atividade comercial) que possa receber material de diversos lugares para decompor. Vejam técnicas de compostagens no site cujo endereço segue:

Experiência de quem procede ao descarte sem orgânicos, indica que o material descartado é geralmente limpo e isento de mau cheiro, o que evita o ataque de animais e torna a coleta mais eficiente.

Os orgânicos representam uma percentagem muito pequena, mas muito útil para a compostagem e importante para não fazer lixo.

------
Praticamente não há lixo quando o descarte é seletivo e os orgânicos encaminhados para compostagens.