sábado, 24 de abril de 2010

Os Malefícios do lixo

Não é novidade que quantidades cada vez maiores de resíduos sólidos vêm sendo gerados, em função do aumento da população humana e de suas necessidades crescentes de consumo, quer no que se refere a alimentos, quer a produtos em geral. Além disso, numa outra ponta, há um incremento nada desprezível dos resíduos gerados em laboratórios, clínicas e hospitais, correlacionados aos tratamentos da saúde humana e até mesmo de animais diversos.

Todo esse material residual é descartado das mais diversas formas no meio ambiente, a menos de sua reutilização ou reciclagem. Dessa forma, por esses malefícios que esses descartes fazem aos ecossistemas, o descarte é um dos maiores problemas na gestão dos resíduos sólidos.

A velocidade de geração de resíduos, devida ao homem, é bem maior que a advinda dos processos naturais.

A rigor, três princípios básicos devem ser seguidos para que o gerenciamento dos resíduos sólidos possa se encaixar nos verdadeiros fundamentos do desenvolvimento sustentável; a saber: o primeiro deles é a redução, sempre que possível, da geração dos resíduos, através de procedimentos e hábitos a serem aplicados no dia-a-dia, como sejam, por exemplos, reduzir o consumo e evitar o uso de produtos descartáveis e no caso das indústrias, a busca constante de tecnologias que reduzam as quantidades de resíduos gerados. O segundo se baseia na reutilização, de uma maneira geral, maximizando a utilização, principalmente se os produtos forem descartáveis, como no caso das embalagens; um exemplo simples é a reutilização das sacolas plásticas dos supermercados para acondicionamentos diversos, inclusive de lixo, evitando-se que outro saco de plástico seja incorporado ao lixo final de nossas casas; no caso das indústrias, um exemplo seria o aproveitamento dos pós gerados no processo produtivo e captados por sistemas de controle de poluição atmosférica, fazendo-os voltar ao processo. Finalmente, o terceiro princípio se baseia na reciclagem, que nada mais é do que reutilizar o resíduo para a fabricação de outro bem de consumo, ou até mesmo o mesmo bem. É o papel usado, utilizado para fabricar papel novo, é o pneu usado para fabricação de tapetes de borracha etc.

No caso dos lixos domésticos, especificamente, é fato comum, no nosso Brasil, a disposição desses lixos em aterros apelidados de sanitários e de uma forma que contraria todos os fundamentos técnicos da disposição adequada. Isso sem contar nas disposições nas margens ou dentro de rios, em terrenos baldios, encostas de morros, nas vias públicas, sendo que, nesses casos, os efeitos danosos são praticamente imediatos pela desestabilização de solos (caso das encostas), pelo entupimento dos escapamentos para as galerias pluviais (bocas de lobo), vide o caso da grande cheia no Rio de Janeiro neste mês, devido ao entupimento das galerias propriamente ditas e canais (caso de materiais arrastados pelas encostas, terrenos baldios e vias), pela proliferação de vetores em quase todos os casos e pela degradação das águas para consumo.

Não resta dúvida que o aterro sanitário é a forma mais econômica e segura de dispor lixos domésticos. Acontece que os princípios prévios para a implantação de um aterro, rarissimamente são observados, como sejam: escolha de terrenos com aquíferos subterrâneos profundos; compactação do solo anteriormente à primeira disposição, para garantir uma melhor impermeabilidade do solo; compactação prévia do próprio lixo antes de se levá-lo para o aterro, a fim de ganhar área e se economizar no transporte; previsão de caminhos para o chorume e o gás que serão gerados; previsão para tratamento do chorume (caldo altamente orgânico proveniente da decomposição da matéria orgânica do lixo); instalação de postos de monitoramento para verificar as condições físicas, químicas e biológicas dos aquíferos subterrâneos devidas aos líquidos provenientes dos lixos que são infiltrados no terreno etc.

Em se fazendo o aterro, dito sanitário, sem esses prévios cuidados, as condições ambientais dos solos sob o aterro ficam comprometidas por longos anos, pelo efeito do transporte (migração) de características físicas, químicas e biológicas indesejáveis e que atingem as águas subterrâneas e as superficiais que servirão às populações com finalidades nobres.

Come se vê, é fundamental a engenharia estar presente em todos os aspectos que dizem respeito ao lixo, desde sua geração até o seu destino final.

Gil Portugal

Um comentário:

  1. ATE LEGAL O TEXTO MAIS NEM FIGURAS TEM PARA EXPLICAR MELHOR , MAS TA LIMPEZA !!!

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