sábado, 24 de abril de 2010

Coleta seletiva reduz produção de lixo

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel de bala 3 meses Plástico 450 anos
Filtro de cigarro 1 a 2 anos Madeira pintada 14 anos
Chiclete 5 anos Pano 6 meses a 1 ano
Embalagem PET Mais de 100 anos Náilon 30 anos
Fralda descartável 600 anos Lata de alumínio 200 a 500 anos
Vidro Cerca de 4.000 anos Tampa de garrafa 150 anos
Pacote de salgadinho 500 anos

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

O QUE É RECICLÁVEL

PAPEL
Jornais, revistas, caixas de papel e papelão, caderno, formulários de computador, envelopes, papéis de rascunho, de embrulho, embalagens Tetra Pak*.

METAL
Latas de bebidas, de alimentos em conserva, pregos, parafusos, bacias, baldes e panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco, chumbo e alumínio.

VIDRO
Garrafas em geral, frascos e potes de perfume, produtos de limpeza, higiene de alimentos.

PLÁSTICO
Garrafas de água e refrigerantes, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos e canos de PVC, sacos e sacolas, brinquedos.
NÃO SÃO RECICLÁVEIS
Orgânicos - Sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, podas de árvores.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, pilhas, absorvente higiênico, madeiras, acrílico, espelhos, cerâmicas e porcelanas, fotografias, embalagens e venenos.
Resíduos especiais - Curativos, suturas, gazes, algodão, seringas e agulhas.
* Embalagens Tetra Pak, garrafas e frascos de vidro e plástico devem ser lavados. Misturar materiais recicláveis com rejeitos orgânicos contamina os materiais e dificulta a triagem. Já os vidros devem ser embrulhados com folhas de papel.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

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