sábado, 24 de abril de 2010

Impacto ambiental,meio ambiente e consumo causados pelo lixo

A relação entre o ambiente e consumo é simples de ser feita, pois para produzir qualquer produto é necessário insumo, na maioria dos casos, de recursos naturais (extraídos da natureza), portanto quanto maior o consumo maior são os problemas causados, principalmente numa sociedade como a brasileira, consumista e não eficiente.
Uma das conseqüências imediatas da ineficiência do consumo refere-se à mudança climática, que é um tema mais que atual, é urgente, precisa entrar na pauta de todas as discussões, desde as grandes discussões políticas até aquelas dos jantares de família, isso por que: já estamos vivendo sob um novo modelo de clima, que por sinal não conhecemos. Vemos e percebemos seca nos rios, chuvas torrenciais em época de seca, ventos em época de bonança, furacões em excesso, tempestades tropicais, isso já é um novo tempo; não é o apocalipse, mas está próximo senão tomarmos providências urgentes. Essas não são informações só de outros países, no Brasil já tivemos um furacão em Santa Catarina que arrasou Araranguá; temos solução? Sim, mas temos que mudar o nosso estilo de vida.
Não é possível continuarmos com um modelo de sociedade baseado: no consumo, na exclusão social, nos impactos ambientais irreversíveis, nas práticas agrícolas inadequadas, no uso de sementes transgênicas, no desmatamento para a produção agrícola e de gado, no uso de combustíveis fósseis, no uso da hidreletricidade sem controle, no uso ineficiente do transporte.
A ineficiência da produção e do consumo leva ao desequilíbrio da natureza. Tomemos como exemplo a quantidade e qualidade do lixo que produzimos. Recursos naturais utilizado em excesso, excesso de lixo devido ao baixo re-aproveitamento, destinação inadequada do lixo, e dessa forma produzimos uma desorganização no sistema com conseqüências graves: chorume, emissão de metano, de CO2 e de gases tóxicos, problemas sociais associados aos catadores. Se analisarmos a questão do lixo através de leis científicas (nada se cria, nada se perde e tudo se transforma) vamos perceber que as modificações na natureza serão cada vez maiores e mais impactantes: o chorume é extremamente tóxico e contamina os cursos hídricos (lençol freático, rios, igarapés); a emissão de gases tóxicos produz má qualidade do ar e problemas respiratórios naqueles que inspiram; a emissão de CO2 e de metano tornam mais agudo o efeito estufa; a situação daqueles que sobrevivem nos arredores e dos lixões são precárias, tanto que tange as condições de trabalho, de higiene, de saúde, de lazer.
Uma parte da solução pode começar por nós, na nossa casa, no nosso trabalho, enfim, na nossa vida, por exemplo, usando o princípio RRR que representa REDUZIR, RE-UTILIZAR e RECICLAR que serve como referência para a intervenção na mudança da nossa vida, hoje e no futuro.
Para finalizar, há um importante livro (O Novo Imperialismo de David Harvey, Ed. Loyola) que dá indícios de alguns porquês da questão ambiental, no qual essa está vinculada às questões econômicas, géo-políticas e muito longe dos quesitos sobrevivência da espécie.
Coordenador do Grupo de Pesquisa Energia Renovável Sustentável

Os Malefícios do lixo

Não é novidade que quantidades cada vez maiores de resíduos sólidos vêm sendo gerados, em função do aumento da população humana e de suas necessidades crescentes de consumo, quer no que se refere a alimentos, quer a produtos em geral. Além disso, numa outra ponta, há um incremento nada desprezível dos resíduos gerados em laboratórios, clínicas e hospitais, correlacionados aos tratamentos da saúde humana e até mesmo de animais diversos.

Todo esse material residual é descartado das mais diversas formas no meio ambiente, a menos de sua reutilização ou reciclagem. Dessa forma, por esses malefícios que esses descartes fazem aos ecossistemas, o descarte é um dos maiores problemas na gestão dos resíduos sólidos.

A velocidade de geração de resíduos, devida ao homem, é bem maior que a advinda dos processos naturais.

A rigor, três princípios básicos devem ser seguidos para que o gerenciamento dos resíduos sólidos possa se encaixar nos verdadeiros fundamentos do desenvolvimento sustentável; a saber: o primeiro deles é a redução, sempre que possível, da geração dos resíduos, através de procedimentos e hábitos a serem aplicados no dia-a-dia, como sejam, por exemplos, reduzir o consumo e evitar o uso de produtos descartáveis e no caso das indústrias, a busca constante de tecnologias que reduzam as quantidades de resíduos gerados. O segundo se baseia na reutilização, de uma maneira geral, maximizando a utilização, principalmente se os produtos forem descartáveis, como no caso das embalagens; um exemplo simples é a reutilização das sacolas plásticas dos supermercados para acondicionamentos diversos, inclusive de lixo, evitando-se que outro saco de plástico seja incorporado ao lixo final de nossas casas; no caso das indústrias, um exemplo seria o aproveitamento dos pós gerados no processo produtivo e captados por sistemas de controle de poluição atmosférica, fazendo-os voltar ao processo. Finalmente, o terceiro princípio se baseia na reciclagem, que nada mais é do que reutilizar o resíduo para a fabricação de outro bem de consumo, ou até mesmo o mesmo bem. É o papel usado, utilizado para fabricar papel novo, é o pneu usado para fabricação de tapetes de borracha etc.

No caso dos lixos domésticos, especificamente, é fato comum, no nosso Brasil, a disposição desses lixos em aterros apelidados de sanitários e de uma forma que contraria todos os fundamentos técnicos da disposição adequada. Isso sem contar nas disposições nas margens ou dentro de rios, em terrenos baldios, encostas de morros, nas vias públicas, sendo que, nesses casos, os efeitos danosos são praticamente imediatos pela desestabilização de solos (caso das encostas), pelo entupimento dos escapamentos para as galerias pluviais (bocas de lobo), vide o caso da grande cheia no Rio de Janeiro neste mês, devido ao entupimento das galerias propriamente ditas e canais (caso de materiais arrastados pelas encostas, terrenos baldios e vias), pela proliferação de vetores em quase todos os casos e pela degradação das águas para consumo.

Não resta dúvida que o aterro sanitário é a forma mais econômica e segura de dispor lixos domésticos. Acontece que os princípios prévios para a implantação de um aterro, rarissimamente são observados, como sejam: escolha de terrenos com aquíferos subterrâneos profundos; compactação do solo anteriormente à primeira disposição, para garantir uma melhor impermeabilidade do solo; compactação prévia do próprio lixo antes de se levá-lo para o aterro, a fim de ganhar área e se economizar no transporte; previsão de caminhos para o chorume e o gás que serão gerados; previsão para tratamento do chorume (caldo altamente orgânico proveniente da decomposição da matéria orgânica do lixo); instalação de postos de monitoramento para verificar as condições físicas, químicas e biológicas dos aquíferos subterrâneos devidas aos líquidos provenientes dos lixos que são infiltrados no terreno etc.

Em se fazendo o aterro, dito sanitário, sem esses prévios cuidados, as condições ambientais dos solos sob o aterro ficam comprometidas por longos anos, pelo efeito do transporte (migração) de características físicas, químicas e biológicas indesejáveis e que atingem as águas subterrâneas e as superficiais que servirão às populações com finalidades nobres.

Come se vê, é fundamental a engenharia estar presente em todos os aspectos que dizem respeito ao lixo, desde sua geração até o seu destino final.

Gil Portugal

No lixo,a luta pela sobrevivencia

No lixo, a luta pela sobrevivência

Benira Maia
Do JC OnLine

Com os pés fincados sobre uma montanha de milhares de toneladas de lixo, mais de mil pessoas vivem, no Lixão da Muribeca, uma subumana realidade de sujeira, fedentina e pobreza. Nesta montanha que infla diariamente com caminhões trazendo do Recife e Jaboatão dos Guararapes o equivalente ao peso de mais de duas imagens do Cristo Redentor em lixo, miseráveis parecem selar a realidade de que, pés postos ali, fica difícil encontrar a saída para um outro trabalho que não o de andar, manusear e catar os detritos, pisando, sentando, comendo e sobrevivendo junto a urubus, moscas e garças. Mesmo afastado do Centro da capital pernambucana e localizado na periferia da vizinha Jaboatão, o lixão é, para eles, o caminho contra o desemprego.

"Estou aqui há 21 anos anos", conta Amaro Epifânio da Silva, um ex-cortador de cana que veio de Sirinhaém, a 56 km dali, em busca de melhor sorte que na agricultura. Aos 55 anos, ele diz haver criado os 22 filhos à custa do dinheiro arrecadado no lixão. O trabalho? catando dejetos que possam ser vendidos para posterior reaproveitamento. Com tanto tempo no local, ele não se encabula de dizer que, às vezes, come "pão seco" encontrado lá. Também não se aperreia se tem que lutar com urubu por comida ou se a ave defecar sobre ele. Semanalmente, costuma apurar em média R$ 80.

Seu Amaro é um dos quase 1.500 catadores que trabalham no Lixão da Muribeca depois que ficou sem emprego. Uma realidade que condiz com o desemprego que atinge 329 mil pessoas na Região Metropolitana - dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Dia e noite, eles se revezam no trabalho de descobrir objetos que possam ser aproveitados das 2.600 toneladas despejadas diariamente por 600 caminhões - o lixão acolhe todo o lixo domiciliar das cidades de Recife e Jaboatão. Colocam em grande sacos o material que conseguiram pegar e pesam nas balanças dos chamados "deposeiros" - atravessadores que levam o lixo para fábricas, por exemplo, de embalagem plástica e vidro. Gente que chega a ganhar semanalmente até mais de mil reais, pagando em média R$ 60 a cada catador.

O preço varia de acordo com o valor da matéria. E, neste mercado, o ferro é a mais valiosa, com o quilo chegando a ser vendido aos deposeiros por R$ 1,50 enquanto o plástico é comercializado por 80 centavos. Tanto que o catador Joel (não quis revelar o nome completo), de 45 anos, prefere levar para casa o aço que acha. Em casa, explica, vende mais caro que no lixão. "Aqui vendo por R$ 1,50. Lá, a R$ 2,50", revela.

CADA UM POR SI - O clima é de disputa no lixão, que tem 62 hectares - área 87 vezes maior do que o gramado do Maracanã. A cada despejo, os catadores praticamente emburacam lixo adentro à procura dos melhores dejetos. "As pessoas ali são competidoras", diagnostica o consultor em resíduos sólidos Bertrand Sampaio de Alencar, integrante do Comitê Gestor do Movimento Nacional dos Catadores e que, em 2003, fez uma pesquisa no local.

"É muita gente e ninguém ajuda", corrobora um jovem que se identifica apenas como Róbson, 18, e que há um ano engrossa a lista de catadores. Seguindo o trabalho do pai, que se encontra adoentado, ele diz que a parte mais difícil é "aprender a separar" os dejetos. À tarde na escola e pela manhã na Muribeca, costuma apurar na semana em torno de R$ 50. "O que tiver pela frente eu pego", afirma, usando surradas botas e luvas encontradas lá mesmo.

"O lixão é um problema social grande", atesta Adaulto Lins, com a autoridade de que quem convive de perto com a situação, como chefe de Divisão de Operação do local. "Aqui não há um problema principal; são vários problemas", afirma a psicóloga Socorro Silvério, responsável pela parte social do lixão. "É preciso tirar a documentação deles, fazer uma ação de saúde", enumera, contando que muitos sofrem com doença na pele. "Aparece coceira, sarna", conta o catador Sandro Ferreira, de 24 anos.

Na sua 11ª gravidez, Maria do Socorro sonha com "vida melhor" para os filhos

Sentada, descansando sobre um grande saco de lixo (mamona ou big bag, como é chamado), a catadora Maria do Socorro Conceição, 39, exibe a barriga de sete meses de gestação. É o seu 11º filho. Oriunda do trabalho na cana-de-açúcar na cidade de Bonito, a cerca de 110 km do lixão, ela está há três anos pegando resíduos ao lado do marido. Para dar conta da prole e da catação, costuma deixar a filha de 11 anos cuidando dos menores em casa. "A mais velha, de 16 anos, já casou", explica, com ar cansado. Quando não está grávida, costuma apanhar o suficiente para ganhar semanalmente R$ 80. Mas, com o barrigão, apura apenas R$ 40. A seus pés, ursos de pelúcia velhos e jogados ao lixo - brinquedos que ela não se sentiu tentada a levar pra casa. Por enquanto, apenas sonha com "uma vida melhor" para os filhos.

O sonho de Geceilda Delfina da Silva, 46, é uma casa própria. Sem marido, sem pai, mãe e fiho - como faz questão de frisar -, ela também veio do interior. Inicialmente, trabalhou de empregada doméstica na capital, mas, sem maiores referências para se empregar, acabou no lixão. De lá para cá, vão-se seis anos, sempre esperando juntar dinheiro para comprar um imóvel. Mora de aluguel em Jaboatão - a proprietária cobra R$ 80, mas, como ganha cerca de R$ 30 por semana, vai "pagando de dez". Na volta para casa, evita pegar ônibus: tem vergonha do mau cheiro que exala após um dia entre o lixo. "Uma vez peguei um geladinho e uma mulher disse: 'Que mau cheiro!'. Então, fiquei com vergonha", conta. Para se livrar do fedor, costuma demorar no banho, passando no corpo "sabão amarelo" seis vezes.

No,a luta pela sobrevivencia

No lixo, a luta pela sobrevivência

Benira Maia
Do JC OnLine

Com os pés fincados sobre uma montanha de milhares de toneladas de lixo, mais de mil pessoas vivem, no Lixão da Muribeca, uma subumana realidade de sujeira, fedentina e pobreza. Nesta montanha que infla diariamente com caminhões trazendo do Recife e Jaboatão dos Guararapes o equivalente ao peso de mais de duas imagens do Cristo Redentor em lixo, miseráveis parecem selar a realidade de que, pés postos ali, fica difícil encontrar a saída para um outro trabalho que não o de andar, manusear e catar os detritos, pisando, sentando, comendo e sobrevivendo junto a urubus, moscas e garças. Mesmo afastado do Centro da capital pernambucana e localizado na periferia da vizinha Jaboatão, o lixão é, para eles, o caminho contra o desemprego.

"Estou aqui há 21 anos anos", conta Amaro Epifânio da Silva, um ex-cortador de cana que veio de Sirinhaém, a 56 km dali, em busca de melhor sorte que na agricultura. Aos 55 anos, ele diz haver criado os 22 filhos à custa do dinheiro arrecadado no lixão. O trabalho? catando dejetos que possam ser vendidos para posterior reaproveitamento. Com tanto tempo no local, ele não se encabula de dizer que, às vezes, come "pão seco" encontrado lá. Também não se aperreia se tem que lutar com urubu por comida ou se a ave defecar sobre ele. Semanalmente, costuma apurar em média R$ 80.

Seu Amaro é um dos quase 1.500 catadores que trabalham no Lixão da Muribeca depois que ficou sem emprego. Uma realidade que condiz com o desemprego que atinge 329 mil pessoas na Região Metropolitana - dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Dia e noite, eles se revezam no trabalho de descobrir objetos que possam ser aproveitados das 2.600 toneladas despejadas diariamente por 600 caminhões - o lixão acolhe todo o lixo domiciliar das cidades de Recife e Jaboatão. Colocam em grande sacos o material que conseguiram pegar e pesam nas balanças dos chamados "deposeiros" - atravessadores que levam o lixo para fábricas, por exemplo, de embalagem plástica e vidro. Gente que chega a ganhar semanalmente até mais de mil reais, pagando em média R$ 60 a cada catador.

O preço varia de acordo com o valor da matéria. E, neste mercado, o ferro é a mais valiosa, com o quilo chegando a ser vendido aos deposeiros por R$ 1,50 enquanto o plástico é comercializado por 80 centavos. Tanto que o catador Joel (não quis revelar o nome completo), de 45 anos, prefere levar para casa o aço que acha. Em casa, explica, vende mais caro que no lixão. "Aqui vendo por R$ 1,50. Lá, a R$ 2,50", revela.

CADA UM POR SI - O clima é de disputa no lixão, que tem 62 hectares - área 87 vezes maior do que o gramado do Maracanã. A cada despejo, os catadores praticamente emburacam lixo adentro à procura dos melhores dejetos. "As pessoas ali são competidoras", diagnostica o consultor em resíduos sólidos Bertrand Sampaio de Alencar, integrante do Comitê Gestor do Movimento Nacional dos Catadores e que, em 2003, fez uma pesquisa no local.

"É muita gente e ninguém ajuda", corrobora um jovem que se identifica apenas como Róbson, 18, e que há um ano engrossa a lista de catadores. Seguindo o trabalho do pai, que se encontra adoentado, ele diz que a parte mais difícil é "aprender a separar" os dejetos. À tarde na escola e pela manhã na Muribeca, costuma apurar na semana em torno de R$ 50. "O que tiver pela frente eu pego", afirma, usando surradas botas e luvas encontradas lá mesmo.

"O lixão é um problema social grande", atesta Adaulto Lins, com a autoridade de que quem convive de perto com a situação, como chefe de Divisão de Operação do local. "Aqui não há um problema principal; são vários problemas", afirma a psicóloga Socorro Silvério, responsável pela parte social do lixão. "É preciso tirar a documentação deles, fazer uma ação de saúde", enumera, contando que muitos sofrem com doença na pele. "Aparece coceira, sarna", conta o catador Sandro Ferreira, de 24 anos.

Na sua 11ª gravidez, Maria do Socorro sonha com "vida melhor" para os filhos

Sentada, descansando sobre um grande saco de lixo (mamona ou big bag, como é chamado), a catadora Maria do Socorro Conceição, 39, exibe a barriga de sete meses de gestação. É o seu 11º filho. Oriunda do trabalho na cana-de-açúcar na cidade de Bonito, a cerca de 110 km do lixão, ela está há três anos pegando resíduos ao lado do marido. Para dar conta da prole e da catação, costuma deixar a filha de 11 anos cuidando dos menores em casa. "A mais velha, de 16 anos, já casou", explica, com ar cansado. Quando não está grávida, costuma apanhar o suficiente para ganhar semanalmente R$ 80. Mas, com o barrigão, apura apenas R$ 40. A seus pés, ursos de pelúcia velhos e jogados ao lixo - brinquedos que ela não se sentiu tentada a levar pra casa. Por enquanto, apenas sonha com "uma vida melhor" para os filhos.

O sonho de Geceilda Delfina da Silva, 46, é uma casa própria. Sem marido, sem pai, mãe e fiho - como faz questão de frisar -, ela também veio do interior. Inicialmente, trabalhou de empregada doméstica na capital, mas, sem maiores referências para se empregar, acabou no lixão. De lá para cá, vão-se seis anos, sempre esperando juntar dinheiro para comprar um imóvel. Mora de aluguel em Jaboatão - a proprietária cobra R$ 80, mas, como ganha cerca de R$ 30 por semana, vai "pagando de dez". Na volta para casa, evita pegar ônibus: tem vergonha do mau cheiro que exala após um dia entre o lixo. "Uma vez peguei um geladinho e uma mulher disse: 'Que mau cheiro!'. Então, fiquei com vergonha", conta. Para se livrar do fedor, costuma demorar no banho, passando no corpo "sabão amarelo" seis vezes.

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel de bala 3 meses Plástico 450 anos
Filtro de cigarro 1 a 2 anos Madeira pintada 14 anos
Chiclete 5 anos Pano 6 meses a 1 ano
Embalagem PET Mais de 100 anos Náilon 30 anos
Fralda descartável 600 anos Lata de alumínio 200 a 500 anos
Vidro Cerca de 4.000 anos Tampa de garrafa 150 anos
Pacote de salgadinho 500 anos

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

O QUE É RECICLÁVEL

PAPEL
Jornais, revistas, caixas de papel e papelão, caderno, formulários de computador, envelopes, papéis de rascunho, de embrulho, embalagens Tetra Pak*.

METAL
Latas de bebidas, de alimentos em conserva, pregos, parafusos, bacias, baldes e panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco, chumbo e alumínio.

VIDRO
Garrafas em geral, frascos e potes de perfume, produtos de limpeza, higiene de alimentos.

PLÁSTICO
Garrafas de água e refrigerantes, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos e canos de PVC, sacos e sacolas, brinquedos.
NÃO SÃO RECICLÁVEIS
Orgânicos - Sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, podas de árvores.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, pilhas, absorvente higiênico, madeiras, acrílico, espelhos, cerâmicas e porcelanas, fotografias, embalagens e venenos.
Resíduos especiais - Curativos, suturas, gazes, algodão, seringas e agulhas.
* Embalagens Tetra Pak, garrafas e frascos de vidro e plástico devem ser lavados. Misturar materiais recicláveis com rejeitos orgânicos contamina os materiais e dificulta a triagem. Já os vidros devem ser embrulhados com folhas de papel.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.

Coleta seletiva reduz produção de lixo

Coleta seletiva reduz produção do lixo

Governo, ambientalistas. Todos concordam num ponto: toda pessoa deve fazer a sua parte - o processo de reciclagem e diminuição do dejetos deve começar em cada casa, em cada trabalho. "Cada um deve fazer o possível para reduzir a produção de lixo", afirma Bertrand Sampaio de Alencar, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).

"A população deve sair da inércia", conclama o diretor de Limpeza Urbana do Recife, Carlos Muniz. "Antigamente, tudo havia em abundância. Hoje já não é mais assim". A lógica é simples: como o lixo não pode ser abolido, deve-se tentar a melhor forma de lidar com ele.

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel de bala 3 meses Plástico 450 anos
Filtro de cigarro 1 a 2 anos Madeira pintada 14 anos
Chiclete 5 anos Pano 6 meses a 1 ano
Embalagem PET Mais de 100 anos Náilon 30 anos
Fralda descartável 600 anos Lata de alumínio 200 a 500 anos
Vidro Cerca de 4.000 anos Tampa de garrafa 150 anos
Pacote de salgadinho 500 anos

Você está disposto a entrar nesta luta? Se sim, o primeiro passo é tentar consumir menos. "Para que tanta embalagem? Para que, por exemplo, a caixa da pasta de dente?", questiona Bertrand Sampaio. Em se consumindo e gerando lixo, a hora é de separar estes dejetos entre os reciclavéis e não-recicláveis. Na primeira categoria, o correto é separar o material entre papel, plástico, vidro e metal.

O QUE É RECICLÁVEL

PAPEL
Jornais, revistas, caixas de papel e papelão, caderno, formulários de computador, envelopes, papéis de rascunho, de embrulho, embalagens Tetra Pak*.

METAL
Latas de bebidas, de alimentos em conserva, pregos, parafusos, bacias, baldes e panelas (sem cabo), objetos de ferro, bronze, zinco, chumbo e alumínio.

VIDRO
Garrafas em geral, frascos e potes de perfume, produtos de limpeza, higiene de alimentos.

PLÁSTICO
Garrafas de água e refrigerantes, embalagens de produtos de higiene e limpeza, tubos e canos de PVC, sacos e sacolas, brinquedos.
NÃO SÃO RECICLÁVEIS
Orgânicos - Sobras de alimentos, cascas de frutas e legumes, podas de árvores.
Rejeitos - Lenços e guardanapos de papel, pilhas, absorvente higiênico, madeiras, acrílico, espelhos, cerâmicas e porcelanas, fotografias, embalagens e venenos.
Resíduos especiais - Curativos, suturas, gazes, algodão, seringas e agulhas.
* Embalagens Tetra Pak, garrafas e frascos de vidro e plástico devem ser lavados. Misturar materiais recicláveis com rejeitos orgânicos contamina os materiais e dificulta a triagem. Já os vidros devem ser embrulhados com folhas de papel.

Dividido, é esperar o caminhão da coleta seletiva passar pelo bairro. "O ideal é que o lixo potencialmente reciclável não vá para o lixão", ensina o engenheiro Paulo Padilha, responsável pelo tratamento do chorume no Lixão da Muribeca. "A solução está na origem e não no destino final", corrobora Bertrand Sampaio. Você também pode jogar o material coletado em Postos de Entrega Voluntária ou até entregar a um catador.

Casal de catadores anda quase 22 km por dia atrás de dejetos

A Prefeitura do Recife calcula a existência de cerca de 5 mil catadores espalhados pela cidade, entre fixos e esporádicos - "Tem muitos que aproveitam um show para catar lata", exemplifica o diretor da Emlurb. Entre os considerados fixos estão pessoas como Aluísio Godoy de Almeida, 47, e a esposa dele, Severina Carlota, 37 anos. Há quase duas décadas, o casal caminha, empurrando uma carroça, mais de 22 km por dia recolhendo lixo diante dos edifícios de Boa Viagem. "A gente pensa em sair dessa vida. Mas pensar não melhora a situação, porque emprego não tem", diz, Severina, em tom resignado.